Durante muito tempo, acreditou-se que a placenta - um órgão
criado exclusivamente para alimentar o feto dentro do útero e expelido depois
do parto - tivesse um papel passivo durante o desenvolvimento do bebê.
Acreditava-se que ele apenas transportava nutrientes do
corpo da mãe para o corpinho do bebê. Mas agora, pela primeira vez, cientistas
observaram a importância desse órgão: ele que decide quanto alimento vai para o
filho e quanto fica com a grávida.
O estudo da Universidade Cambridge foi feito em ratos e
observou que mães e bebês literalmente disputam o nutrientes do corpo. E é a
placenta que serve de intermediário nessa luta - ela decide se a mãe está
subutrida, por exemplo, e deve ficar com a comida, ou se a maior parte dos
alimentos deve ir para o feto. Ela analisa se o ambiente é de escassez ou de
fartura e distribui os recursos de acordo.
A pesquisa foi feita
simulando diversos cenários para os ratinhos. Em casos de falta extrema de
comida, a placenta decidia favorecer a sobrevivência da mãe, e os fetos ficavam
subnutridos.
O desequilíbrio era especialmente forte em mães que
carregavam uma forma alterada de um hormônio chamado p110 alfa, que é
controlado geneticamente. Se a alteração fosse muito grande, a grávida ficava
com todos os nutrientes para si.
Problemas de
desenvolvimento do feto ligados à placenta são mais comuns do que se imagina, e
incluem bebês de baixo peso, partos prematuros, pré-eclâmpsia e diabetes
gestacional.
Nos países em desenvolvimento, uma em cada cinco gestações
apresentam algum desses problemas. "Entender o papel da placenta é
extremamente importante.
Se os nutrientes não forem divididos corretamente durante a
gravidez, o resultado por ser complicações para a gestante e consequências de
longo prazo para a mãe e para o filho", disse Dr. Amanda Sferuzzi-Perri,
autora do estudo.Matéria publicada pela EXAME.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário