segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Bacon, o polêmico!

Posicionamentos têm mudado na área da nutrição e alimentação, e alguns alimentos e fitoquímicos que eram vilões começam a serem reconhecidos como coadjuvantes de uma boa saúde, como o ovo, por exemplo. E o bacon, o que vocês acham? Do ponto de vista nutricional, 100g de bacon contém 541 calorias, 14 g de gordura saturada (alto), 19g de gordura monoinsaturada (muita boa) e 4,5 g de gordura poli insaturada, além de 1717 mg de sódio (alto).  Sem dúvida há uma proporção grande de gordura monoinsaturada, mas temos que avaliar os problemas advindos dos outros componentes:

             Mesmo tendo uma recomendação de menos de 7 a 10% de gordura saturada pelas principais sociedades de cardiologia, hoje questiona-se a relação deste tipo de gordura com os eventos cardiovasculares. Todavia, sabe-se que o excesso de gordura saturada pode alterar a microbiota intestinal, e consequentemente ativar vias pró-inflamatórias, promover resistência insulínica, e aí sim, dislipidemias (alteração de colesterol) e obesidade.
             O excesso de sódio compete com a entrada de cálcio no túbulo renal para ser absorvido no osso, aumentando o risco de osteoporose. E ainda, pode agravar hipertensão arterial, promover inchaço, inflamar a célula de gordura dificultando o emagrecimento.

O bacon utilizado pela maioria dos brasileiros é obtido principalmente do porco, mas pode ser também feito do boi e do peru. A barriga do animal é fatiada com bordas regulares, curada com sal e nitrito e processada termicamente, a seguir é defumada e refrigerada para evitar crescimento de bactérias e prolongar o tempo de prateleira. Pode também conter em sua composição açúcares, fumaça de madeira e conservantes a base de ácido ascórbico (que minimiza os efeitos das nitrosamidas formadas) e sódio. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC) classificou a carne processada como um alimento que tem o poder de causar câncer colo retal, afirmando que a cada 50 gramas consumidas diariamente (o equivalente a duas fatias de bacon, por exemplo) aumenta o risco deste tipo de doenças em 18%.  O grande problema é que as proteínas se decompõem em aminas que se combinam com os nitritos para formar nitrosaminas, muitas das quais forma substâncias cancerígenas nos animais testados. Além de formarem no processamento hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, que são cancerígenos. Poderíamos usar o bacon não curado, para minimizar esses problemas, mas no dia a dia o que encontramos nos pontos de venda é o curado. Logo por todas as razões citadas, se você é fã incondicional do bacon, pensando no equilíbrio e na boa saúde, diminua a frequência e a quantidade semanal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário