segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Congresso Internacional de Nutrição Esportiva VP 2017 - quais foram as novas?



O Congresso de Nutrição Esportiva Funcional da VP esse ano consolidou alguns conceitos importantes nessa área por meio de importantes profissionais da área. Murilo Pereira falou sobre o microbioma do atleta, mostrando que a modulação intestinal do esportista pode impactar positivamente na melhora muscular do atleta, além de minimizar formação de substâncias que aumenta o risco cardiovascular. Nayara Massunaga mostrou que até a queda do T3 por aumento do cortisol pode atrapalhar na miogênese e deu dicas de importantes fitoquímicos para a imunoregulação e melhor recuperação no exercício. Maiara Lima falou sobre o FOODMAPS na performance esportiva, mostrando mais uma vez o papel da individualidade e a necessidade de adequar alimentos que minimizam alterações gastrointestinais durante o exercício. Ana Beatriz Baptistella nos mostrou que assim como o atleta precisa ser treinado para melhorar a performance, na nutrição podemos treiná-lo para melhorar a sua tolerância gástrica e receber os nutrientes que precisa, aumentando inclusive a eficiência na absorção de alguns deles. Ricardo Sodré falou sobre as adaptações celulares na ciclagem de ergogênicos nutricionais, dando ênfase na periodização nutricionail. Rodrigo Loshi falou sobre lesões, esteroides anabólicos, treinamento de força e nutrição e colocou que não há recomendações específicas para quem faz o uso de esteroides anabólicos. Andreia Naves falou sobre o impacto da nutrição na recuperação de exercícios intensos sob uma perspectiva metabolômica e mostrou que a maior ingestão de carboidrato ainda está relacionado com aumento da performance, que alguns polifenois prevene o risco de dano muscular, sendo que alguns retardam a fadiga. Bernardo Neme palestrou sobre síntese proteica e nutrição, relatou técnicas de treino e volume de carga para o efeito de hipertrofia, frisando que individuos treinados precisam de maior estímulo. Guilherme Rosa falou sobre adaptações moleculares da ingestão de carboidratos para síntese de força e mostrou mais uma vez o papel dos carboidratos, inclusive com estudos que mostram que apesar das dietas low carb promover maior utilização de gordura, aumenta a percepção de esforço e pode impactar na performance. A dieta com mais carboidrato permitiu aos atletas maior número de repetições, melhora no VO2 e redução do lactato. Rodrigo Loschi mostrou termogênicos e fitoterápicos associados ao treinamento de força para aumento de massa muscular, como o uso da capsaicina que aumenta o cálcio no retículo sarcoplasmático para promover maior contração; o uso de L-carnitina que suplementada com carboidrato permaneceu mais tempo no músculo; a sinefrina associada a cafeína aumentou o número de repetições nos atletas. O uso de inibidores de miostatina não mostraram efeitos, já a beterraba na concentração de 400 mg de nitrato foi útil para aumentar o número de repetições no exercício, sendo administrada 2 a 3 horas antes. Valden Capistrano falou sobre pre sleep nutrition, treinamento de força e síntese proteica e mostrou que treinos que requerem mais grupos musculares, como o crossfit, precisam de mais proteína; que o efeito é semelhante entre os diversos tipos de proteína e, que doses aumentadas de proteínas para idoso evita sarcopenia. Brian Cordeiro falou de outras aplicações para a creatina, inclusive na reconstrução de tecido epitelial e diminuição de inflamação. Henrique Freire falou de fitoquímicos para desinflamar o tecido adiposo e promover o emagrecimento, inclusive mostrou a prática com a utilização de alimentos com estes compostos em preparações simples. Márcio Souza palestrou sobre os fatores que afetam a efetividade dos suplementos nutricionais, como o ácido clorídrico do estômago, o peristaltismo intestinal, bem como problemas de disbiose que atrapalham a absorção dos nutrientes desses suplementos, também falou do cuidado com suplementos contaminados, com composição diferente da expressa no rótulo e mesmo com excessos que podem alterar a homeostase hepática. Andreia Naves mostrou os compostos nutricionais que associados a ingestão de carboidratos podem auxiliar na ressíntese de glicogênio como as soluções de glicose com frutose, a associação de proteínas, bem como a de carboidratos com creatina para melhor absorção dessa última, bem como o uso de hidrocitrato, cafeína com carboidrato e uso de chocolate. Guilherme Schwitzer falou sobre os nutrientes que estimulam a lipólise e sua relação com a capacidade de endurance, como a vitamina D que estimula a lipase sensível (que estimula a utilização de gordura), o cálcio como sinalizador de enzimas lipolíticas, o magnésio como receptor de insulina para o seu maior funcionamento e o efeito dos capsinoides no gasto de energia e oxidação de gordura no repouso e durante o exercício. Mais uma vez Marcio Souza abrilhantou o evento ao falar dos efeitos dos vários tipos de dieta na resposta a lipólise induzida pelo exercício e enfatizou, assim como Luciano Bruno, que são estratégias adaptadas ao objetivo do paciente por um determinado momento. Gustavo Barquilha falou da influência do exercício de força na melhora da performance de endurance, principalmente no que se diz a economia na corrida, seja ele no tempo ou na melhor eficiência na execução do exercício. E para finalizar, mais uma vez Valden Capistrano mostrando as alterações nos exames bioquímicos de atletas, muitas devido para se adaptar ao estado fisiológico do atleta, e sua correta interpretação, associado sempre aos sinais e sintomas.  Foi um evento muito enriquecedor e valeu a pena fechar a agenda para apreciar esse momento de atualidade e consolidação do saber científico.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Dieta Paleolítica: há vantagens em adotá-la como estilo de vida?


Essa dieta ou estilo de vida baseia-se na alimentação de nossos ancestrais de 10.000 anos atrás, com a argumentação que a evolução para novos alimentos cessou nessa época e que a adieta atual e estilo de vida contribuíram para as atuais doenças da civilização. Os apoiadores dessa dieta relatam que ela contribui para a redução de peso e correção de alterações metabólicas. A preocupação é quanto a adequação de cálcio, já que a ingestão de alimentos fontes, como os lácteos, não é permitida e, mesmo outras fontes vegetais de cálcio, tem a ingestão limitada. Há questionamentos quanto a sua evidência histórica, bem como as alegações a saúde. Alguns antropólogos dizem que hábitos são aprendidos por mecanismos comportamentais, sociais e fisiológicos e questionam essa dieta nos dias de hoje. Há alguns estudos comparativos, inclusive com dietas mediterrâneas, que mostraram vários benefícios com o uso dessa dieta, tais como:
- maior perda de peso (outros estudos, mostraram não haver diferença);
- melhora do funcionamento da insulina que regula a glicemia (açúcar) no sangue;
- redução da cintura abdominal (quando aumentada piora o risco para diabetes e doenças cardiovasculares);
- melhora dos lípides (gordura) no sangue;
- melhora da pressão arterial;
- melhora da saciedade, provavelmente por conter mais proteína.
Outros estudos, não mostraram benefícios na melhora da permeabilidade intestinal (o intestino mais permeável torna a pessoa mais suscetível a doenças), nos processos inflamatórios ou mesmo no cortisol salivar (indicador de estresse). E ainda, apontaram a dificuldade de adesão e seu custo maior.
Nessa dieta, os cereais como aveia, cevada, arroz, milho, bem como os lácteos estão proibidos, sendo permitido as raízes, as oleaginosas (grupo das castanhas), as carnes, aves, peixe, frutas, hortaliças. Preconiza-se ter uma alimentação o mais natural possível, evitando os alimentos processados. Suas características nutricionais é a riqueza de: antioxidantes, fibras, fitoquímicos, vitaminas; além de ser reduzida em sódio. A suplementação de cálcio deve ser avaliada individualmente.
É importante enfatizar que essa dieta não é low carb (baixa em carboidratos), pelo contrário, na era paleolítica havia uma grande ingestão de frutas, mesmo assim o funcionamento da insulina era ótima. É uma dieta hiperproteica, cujo objetivo não é especificamente a redução de peso e sim a promoção da saúde. Mais estudos se tornam necessários para avaliar a eficácia dessa dieta. Cuidado com as adaptações modernas dessa dieta! Alguma dúvida, pergunte-me aqui!
Até mais!

Esse post se apoiou na seguinte literatura:
PITT, C.E. Cutting through the Paleo hype: The evidence for the Palaeolithic diet. AFP.; VOL.45, (1-2): 35-38, 2016.
lINDEBERG, S. Palaeolithic diet (‘‘stone age’’ diet). Scandinavian Journal of  Nutrition; 49 (2): 75-77, 2005.

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Nutrição periodizada para atletas: o que é isso?


Nutrição periodizada são estratégias que usam a combinação de treino e nutrição ou nutrição apenas, com o objetivo de obter adaptações para otimizar a performance no exercício. As respostas adaptativas ao treino são determinadas pela duração, intensidade, tipo de exercício, frequência do treino, bem como a qualidade e quantidade de nutrientes no pré e pós exercício. As adaptações podem ser ampliadas ou diminuídas pela nutrição. Por exemplo, o baixo fornecimento de proteína pós exercício, faz com que a síntese proteica seja menor; a disponibilidade baixa de carboidrato também produz adaptações no músculo; altas doses de antioxidantes têm o potencial de reduzir adaptações importantes e fisiológicas no treino e, dependendo da característica do treino não é indicado sua utilização após. Algumas revisões têm discutido os benefícios de um treino baixo em carboidrato, outros com alta ou ambos, bem como o impacto dos antioxidantes na biogênese mitocondrial (para maior produção de ATP e utilização de gordura). A adequação vai depender do objetivo de cada ciclo de treino do esportista ou atleta, se é necessário um peso menor, armazenar mais glicogênio (carboidrato no músculo), dentre outros.
A nutrição de um esportista e atleta, assim como o exercício, depende de ser treinada. Algumas pessoas têm dificuldade de beber líquido durante o treino pela limitação da capacidade gástrica e essa situação precisa ser treinada, assim como alguns não toleram o uso de gel durante, também é uma condição adaptativa a facilidade na sua utilização.
Vou citar algumas estratégias de nutrição periodizada que devem ser adaptadas por um profissional especializado de acordo com o momento de treino, sendo que algumas têm mais evidências científicas que as outras:
- Treino low: o objetivo é treinar com baixa quantidade de carboidrato.
a) Se treino duas vezes ao dia, pode-se limitar o fornecimento de carboidrato durante as sessões com o objetivo de depletar o glicogênio muscular e estimular a expressão de genes relevantes.
b) Treino em jejum para depletar o glicogênio do fígado.
c) Baixa disponibilizade de carboidrato durante o treino.
d) Sleep low: ir para cama com baixa disponibilidade de carboidratos e no dia seguinte treinar mais tarde.
- Baixo carboidrato e alta gordura: diminuir os estoques de carboidrato a longo prazo;
- Treino com alta quantidade de carboidrato no músculo e no fígado, focando a reposição pós exercício;
- Treino de conforto gástrico: aumentar o volume de alimentos independente da presença ou não de treino;
- Treino de esvaziamento ou absorção gástrica: uso frequente de refeições para aumentar o esvaziamento ou capacidade de absorção de nutrientes e fluídos e diminuir o desconforto;
- Treino de nutrição em prova: seleciona uma prova que não seja a mais importante para treinar todas as estratégias de nutrição;
- Treino em estado desidratado: limita-se o uso de líquidos para treinar a desidratação sem grandes consequências. Eu, propriamente, acho essa estratégia um pouco perigosa;
- Suplementos que permitem maior tempo de treino, que iniciam ou aumentam a sintesa proteíca e aqueles que aumentam a biogênese mitocondrial.
A utilização de quaisquer desses métodos depende do objetivo individual e não há um único que atenda a todas as necessidades. Com o avanço de estudos  e melhor entendimento das bases moleculares das adaptações ao treino a nutrição periodizada se torna mais fácil de ser aplicada. Lembrando, que independente do método, deve haver acompanhamento pelo treinador e por um nutricionista.
E você, está adequando a sua nutrição ao seu ritmo de treino?
Referência:
JEYNKENDRUP, A. E. Periodized Nutrition for Athletes, Sport Med. 47(1): S51-S63, 2017.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Durante o exercício: o que comer e em que momento?



Para manter o nível de energia durante a sessão de exercício não depende apenas do que comer durante, mas também da ingestão de alimentos realizada no dia anterior. Se o seu jantar faltou nutrientes, com certeza, irá repercutir no exercício do dia seguinte. Para você ter uma ideia na primeira hora de exercício você pode depletar totalmente a sua reserva de carboidrato no músculo e com isso aparecer a fadiga. Pense no quanto poderia aproveitar os benefícios do exercício ou mesmo em uma prova ganhar alguns minutos caso tivesse se alimentado adequadamente.
Siga as minhas dicas a seguir e tenha mais energia:
ü  No dia anterior faça um jantar bem composto por hortaliças, uma porção de carne, frango ou peixe e uma porção de carboidrato (batata, arroz, macarrão, mandioca, fruta);
ü  Antes do exercício coma uma fonte de carboidrato, pode ser simplesmente uma fruta, evite alimentos processados, como biscoitos, que são pobres em nutrientes. Você pode associar alguma gordura para retardar a utilização do carboidrato no músculo como óleo de coco ou uma pasta de oleaginosa (castanha, amendoim, macadâmia, abacate, etc);
ü  Se o exercício ter uma longa duração, acima de 1h30: na primeira hora, você pode usar novamente uma fruta ou um suplemento a base de carboidrato em pó ou mesmo repetir a fonte de gordura – o óleo de coco, por exemplo, fornece uma energia rápida para continuar a realização do exercício;
Lembrando que esses ajustes são individuais, pois tem pessoas que não conseguem comer nada ao se levantarem ou mesmo, dependendo do treino, são bem adaptadas a treinarem apenas com fonte de gordura antes e durante o treino.

Para adequação do seu cardápio ao seu tipo de exercício, intensidade e duração, marque uma consulta no (11) 98281-3511. Terei prazer em te ajudar!

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dieta com baixa gordura ou baixo carboidrato para redução de peso: o que é melhor?




Há uma controvérsia entre a composição ótima da dieta para a perda e manutenção do peso. Alguns defendem a dieta baixa em gordura e alta em carboidratos, enquanto outros baixa em carboidratos. Em um estudo com chineses com sobrepeso (EBioMedicine, Wan et al.) houve a comparação de três tipos de tipos de dieta:
- 20% de gordura e 66% de carboidrato;
- 30% de gordura e 56% de carboidrato;
- 40% de gordura e 46% de carboidrato.
Após 6 meses a dieta baixa em gordura apresentou uma redução de peso maior de 0,5 kg em relação a dieta com 56% de carboidrato e 0,7 kg em relação a dieta com 46% de carboidrato. 
Os autores concluíram que a eficiência da dieta depende do metabolismo de glicose dos pacientes com sobrepeso e obeso. Indivíduos com glicemia normal perdem mais peso com dieta baixa em gordura e diabéticos precisam focar na quantidade, no índice glicêmico do carbo, montante de fibras. No estudo atual, o grupo era sensível a insulina, sendo mais responsivo a dieta alta em carboidratos. O autor que analisou o estudo enfatiza a necessidade de uma abordagem personalizada para definir a estratégia nutricional.
A dieta baixa em carboidratos ou low carb tem várias vantagens fundamentadas em estudos:
  • Ela aumenta o eixo AMPK - sirtuínas - PGC1-alfa promovendo maior atividade mitocondrial no músculo esquéletico e, facilitar maior utilização de gordura;
  • Promove uma maior perda de peso a curto prazo;
  • Controle o nível de insulina, facilitando o controle por doces e quebra de gordura e utilização - o nível alto de insulina rouba o fósforo da LSH (enzima que quebra gordura) e atrapalha o seu trabalho de quebrar gordura.
Mas nem todas as pessoas são responsivas a dietas low carb ou de muito baixa calória. Estudos de nutrigenética relacionam genes e nutrientes e mostram que alguns polimorfismos (alterações em genes) podem direcionar para um tipo ou outra de dieta - inclusive há alguns testes já disponíveis para identificar alguns polimorfismos e identificar melhor a dieta.

E você, que dieta percebe que te dá os melhores resultados? Já fez uma dieta personalizada para obtenção do seu peso saudável?

Referências:
ASTRUP, A. & HJORTH, M. F.,  Ebiomedicine, 2017.
CLOSE, G.L., HAMILTON, D.L., PHILIP, A., BURKE, L.M., MORTON, J.P. New Strategies in Sport Nutrition to increase exercise performance. Free Radical Biology and Medicine,:1-15, 2016.
STEEMBURGO, T., AZEVEDO, M. J., MARTINEZ, J.A. Interação entre gene e nutriente
e sua associação à obesidade e ao diabetes melito. Arq Bras Endocrinol Metab. 53(5): 497-508, 2009.

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Emagrecimento: muito mais que comer nutrientes


Você há anos tenta emagrecer e parece que por um tempo tem sucesso, reduz o peso com a nova dieta e depois de alguns meses, recupera o peso original. E isso cansa, porque parece que é um esforço sem resultado, que desmotiva e que chega a ser desesperador, não? Pense no que está fazendo de errado. Afinal, o sucesso de emagrecer é reaprender a comer, não tem tempo de validade, é para a vida toda. Dietas malucas além de não dar os nutrientes que precisa, pode agredir o seu metabolismo e fazer com que engorde muito mais rápido. Você opta pela saúde e bem estar ou pela doença? Pense no que você poderia fazer para reverter o quadro, aonde que você quer chegar.
Associamos a alimentação desde criança com a compensação ou com a punição. A mãe já fala para a criança: “se comer tudo, ganha a sobremesa”. E você após um dia de estresse fala: “hoje tive um dia tenso, mereço uma barra de chocolate”. E muitas vezes você engorda para manter as pessoas afastadas de você, inconscientemente, porque acha que não merece ser feliz. Parece algo doido, mas a alimentação vai muito mais que nutrientes. E o emagrecer nesse caso não é só reapreender a comer, mas identificar o que é importante para você, é reaprender a se gostar, é criar estratégias para dar certo o processo. É procurar ajuda, associar o psicológo, o educador físico, além do nutricionista.
E como falamos em reaprender a comer, que tal tomar algumas atitudes?
·         Como está a sua ingestão de frutas ao longo do dia? Se nenhuma ou uma, que tal incluir uma ou duas ao dia? Se não há variedade, que tal experimentar novas, além da laranja, maça e banana? Já deixar lavada para facilitar o consumo, principalmente para levar para o trabalho. O mesmo serve para a salada.
·         O consumo de mini salgadinhos é frequente na hora do almoço? Que tal estipular uma vez por semana aquele preferido.
·         Tomar refrigerante é uma constante em sua vida? Também estabeleça um dia para isso ou opte por sucos menos concentrados em carboidratos, como o limão e maracujá (dispense os sucos prontos mesmo os 0 calorias ou chás industrializados).
·         Tem um monte de alimentos ditos saudáveis que não gosta? Que tal estar aberto para novas experiências, ser resiliente na empresa é “fácil” e para o seu bem estar? Sabia que ao se expor por dez vezes a um alimento que não gosta, o seu paladar já muda e aquele alimento com gosto “ruim” começa a ser suportável.
·         Observe o seu comportamento no final de semana, a quantidade da pizza, o quanto toma de álcool, a sobremesa na sogra ou na casa da mãe, como se comporta no restaurante. Há algo de diferente que possa fazer?
Defina um projeto de vida para você relacionada a mudanças alimentares e me conte aqui!

Estou na torcida!

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Antioxidantes em atletas de endurance



Exercícios intensos aumentam a liberação de radicais livres ou espécies reativas de oxigênio. Este aumento pode modificar as gorduras, proteínas, carboidratos e estruturas celulares do corpo. Essas modificações podem aumentar o risco de aterosclerose, disfunções cardíacas, a forma como a insulina é utilizada e outros prejuízos à saúde. Alguns nutrientes antioxidantes, como vitamina C, vitamina E, beta caroteno e selênio podem reduzir esses efeitos ou mesmo previní-los. Antioxidantes trazem benefícios para performance, saúde e recuperação, prevenindo dano oxidativo em atletas com grande volume de exercício. Apesar dos benefícios dos antioxidantes, as dosagens ingeridas não devem ser acima das doses de segurança (UL), pois podem exercer efeitos pró-oxidantes ao invés de antioxidantes. As adequações no plano dietético são necessárias, considerando-se o tipo e intensidade do treino, intensidade e variabilidade individual.

Referência:

WILLIAMSON, E. Nutritional implications for ultra-endurance walking and running events. Extrem Physiol Med. 5(13): 1-18, 2016.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Vitaminas e minerais em atletas de endurance


Para o atleta de endurance ou ultra-endurance, estes micronutrientes são importantes para a produção de energia, síntese de hemoglobina, manter a saúde óssea, adequar a função imune e proteger o corpo do estresse oxidativo. Além disso, são importantes para a síntese, recuperação e adaptação ao exercício. A característica do tipo de exercício destes atletas aumenta o uso e a perda desses nutrientes, resultando em uma demanda aumentada. Preste atenção no fornecimento deles, particularmente o cálcio, a vitamina D, C, E, as vitaminas do complexo B, o ferro, zinco, bem como, o beta caroteno e selênio, que também tem propriedades antioxidantes. A deficiência de cálcio e vitamina D, por exemplo, aumenta o risco de baixa densidade óssea e as fraturas de estresse. As vitaminas do complexo B têm uma função na produção de energia, na construção e reparo de massa muscular e, alguns atletas dependem de doses acima da recomendação. A deficiência de folato, B12 e ferro pode levar a anemia, aumentar a fadiga e interferir na performance, pois interferem no transporte de oxigênio nas células. Além disso, o tempo aumentado neste esporte, promove aumento da hepcidina e interferência na absorção intestinal do ferro. O zinco tem um papel na reparo muscular, metabolismo de energia e na função imune - sua deficiência está assoacida a alterações nos hormônio da tireoide afetando metabolismo, performance, além da redução da função cardiorespiratória, força muscular e endurance. O magnésio está associado à funções nervosas e sistema músculo-esquelético, é facilmente perdido no suor e o diagnóstico mais fácil da sua deficiência é a presença de câimbras. Logo percebemos que adequações se tornam necessárias nesse esporte. Procure um nutricionista para individualização!

Referência:
WILLIAMSON, E. Nutritional implications for ultra-endurance walking and running events. Extrem Physiol Med. 5(13): 1-18, 2016.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

Proteína em atletas de endurance: é realmente necessário?


A proteína é um nutriente crítico requerido pelo atleta para garantir recuperação do exercício e promover adaptação ótima durante as sessões dos exercícios. As necessidades de atletas de atividades longas são maiores do que a população em geral e é importante para recuperar músculos lesados e sintetizar proteínas musculares. Também serve como substrato energético durante o exercício, na ordem de 10% do total, sendo que essa contribuição depende da intensidade e duração do exercício, bem como a disponibilidade de glicogênio/glicose no corpo. Claro, que o corpo mais eficientemente adaptado utiliza menos aminoácidos durante o exercício, mas a taxa de oxidação deste nutriente permanece acima de 2h após o exercício, sendo um maior uso na perna, principalmente na região da panturilha. Com o objetivo de maximizar a síntese é sugerido o consumo de 20g de proteína em intervalos de 3 a 4 horas, mas ainda há controvérsias em relação a quantidade. Apesar de alguns estudos em ciclistas mostrarem melhora na performance, outros estudos em ultramaratonistas não mostraram benefícios. Todavia, é garantido que o consumo de pelo menos 20g de proteína pós exercício (30-60 minutos após) auxilia na recuperação muscular e minimiza perdas. Consulte um nutricionista para adequação individual do momento e das quantidades de proteínas durante os treinos.

Referência:
WILLIAMSON, E. Nutritional implications for ultra-endurance walking and running events. Extrem Physiol Med. 5(13): 1-18, 2016.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Muffin de maça com aveia


Receita rápida e fácil, podendo ser utilizado como pré-treino, pois contem carboidrato na medida certa e de liberação lenta, mantendo o pique durante toda a sessão de exercício. Também pode ser utilizada no lanche no final da tarde, quando a larica por doce começar a gritar. Na próxima vou acrescentar um pouco de óleo de coco e whey protein e conto para vocês como ficou. Testem e me falem se gostaram.

Ingredientes:

  • 2 maças fuji raladas
  • 2 ovos
  • 1 copo de iogurte natural
  • 1/3 de copo americano de mel
  • 2 c. sopa de xylitol
  • 2 c.sopa de baunilha
  • 2,5 xícaras (de chá) de aveia
  • 2 colheres de fermento químico
  • 1 c.sopa de canela
  • 1 pitada de sal do himalaia
  • 1 xícara de leite desnatado
  • Uva passa, gotas de chocolate amargo, cramberry (usei as da Flormel com chocolate)
Modo de Preparo:
Misture todos os ingredientes, mexendo delicadamente. Coloque em forminhas de silicone próprias para muffin e asse por aproximadamente 40 minutos.

Informação Nutricional por unidade:
147 Kcal
23g de carboidratos
4,8g de proteínas
2,5g de lípidios
2,1g de fibras

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Utilização de gordura como estratégia nutricional em atletas de endurance


Os atletas de endurance aumentam a capacidade de oxidação de gordura durante o exercício e isto contribui para o gasto de energia durante atividades, cujo VO2 máximo fica em torno de 60 a 68%. Estudos recentes têm mostrado que a gordura aumenta a capacidade do exercício por reduzir a utilização de glicogênio e a necessidade de consumo de carboidrato em atividades prolongadas. Algumas estratégias usam pouquíssimo carboidrato, menos que 50g por dia, e alta gordura,maior que 70% do consumo energético. Depois de 2 a 3 semanas nesta dieta, o corpo está apto para usar gordura como contribuição energética, utilizando menos carboidrato. Todavia, esta estratégia pode ter um custo como limitar a intensidade do exercício e restringir a capacidade do trabalho anaeróbico. É importante lembrar que em indivíduos não adaptados pode haver uma quebra maior de massa muscular. A vantagem da gordura, como o TCM, existente no óleo de coco, é que a densidade calórica é alta, com isso atenderia rapidamente as necessidades calóricas do atleta e minimizaria o transporte de grande quantidade de alimentos durante a prova longa. Todavia, os estudos ainda são conflitantes.

Referência:

WILLIAMSON, E. Nutritional implications for ultra-endurance walking and running events. Extrem Physiol Med. 5(13): 1-18, 2016.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Alimentos proteicos substitutos da carne




Em tempos de Carne Fraca, no qual o assunto desde a semana passada é a carne, não se pode deixar de pensar também na legislação dos outros alimentos, principalmente em relação a permissão de alguns pesticidas em hortaliças e frutas e o controle sanitário. Com tudo isso, fica a questão: “ E agora, o que eu como?” Que opções proteícas poderiam fazer parte da nossa alimentação? Lembrando que a recomendação de proteína varia de individuo para individuo, na ordem de 0,8g/kg de peso até 2g/kg de peso, dependendo do montante de massa muscular e do nível de exercícios. Segue algumas dicas de como aumentar o seu aporte proteico:
·         Ovo: uma excelente fonte de proteina, pode ter até 9g por unidade. Versátil e de baixo custo, pode ser adicionado a diversas preparações:
·         Leguminosas, como feijão, lentilha, grão-de-bico, soja, podem ser aumentadas. Em 100g tem aproximadamente 15g de proteinas. Para evitar o efeito indesejado de gases e distensão intestinal das lectinas, deixe de molho, despreze a água e cozinhe o alimento em outra água.
·         Amêndoa de baru: em apenas 5g contem 50% de proteína, acreditem! O amendoim em 50g tem 14g de proteínas, bastante também.
·         Lácteos: para os não intolerantes, podem ser uma boa opção também, pois fornecem em uma porção uma média de 6 a 10g de proteínas. Existe no mercado alguns iogurtes mais proteicos, chegando a 14g por porção.
·         Cogumelos também podem ser adicionados, mas não são fontes de proteínas.

Importante! Mesmo aqueles que não ingerem alimentos de origem animal, é perfeitamente possível adequar as proteínas a sua necessidade fisiológica. 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Pizza de couve-flor


​A couve-flor é rica em vitamina C, vitamina K, tamina, riboflavina, ácido fólico, vitamina B6, niacina, magnésio, fósforo, além de potássio e manganês. É rica em glicosinolatos, isotiocianatos, kaempferol, ácido ferúlico, ácido cafeico, ácido cinâmico, com propriedades funcionais, agindo na prevenção de câncer, sendo anti inflamatório, anti aging e auxiliando na digestão. Além disso, por substituir a farinha trigo na massa, diminui o índice glicêmico e o mais fantástico, auxilia no emagrecimento! Mas como qualquer preparação, coma com moderação e aproveite ;-)

Ingredientes:

- 1 couve-flor inteira
- 1 ovo
- Pimenta do reino e sal a gosto
- meia xícara de mussarela light ralada para a massa e 200g para polvilhar
- 1 xícara de molho de tomate
- 1 cebola roxa grande em tiras
- 50 gramas de azeitonas
- 2 tomates italianos
- Orégano à gosto

Modo de preparo:

Cozinhe a couve-flor e triture-a no processador. Em uma tigela acrescente ovo, a meia xícara de mussarela, sal e pimenta. Unte a assadeira com azeite de oliva e modele a massa na forma de disco. Coloque no forno pré aquecido e cozinhe a massa de 30 a 45 minutos até a borda dourar. Retire do forno, distribua o molho de tomate pela massa e ornei a  com a mussarela ralada, cebola em tiras grandes, rodelas de tomate, azeitonas e orégano. Leve normalmente ao forno médio por 20 minutos.